Hoje é dia Nacional do Homem!
Em comemoração a este dia o jornal Tribuna fez uma matéria:
Eles estão invadindo o mundo delas
Para a psicóloga Angelis, é mais difícil para o homem assumir suas fragilidade |
Hoje, dia 15, comemoramos o Dia do Homem e, assim como vem ocorrendo
com as mulheres, o comportamento e o papel do sexo masculino na
sociedade também vem se transformando. Aos poucos, eles começam a
exercer funções que antes eram praticamente femininas. Hoje muitos
homens atuam como secretários do lar, recepcionistas, babás e estão cada
vez mais preocupadas com a estética, mas ainda pecam no cuidado com a
saúde.
Um desses exemplos é Dorival José dos Santos, de 30 anos, que vive
uma rotina diferente de muitos homens. Ele é empregado doméstico há
quase três anos e gosta do que faz. Se tornou empregado doméstico depois
de trabalhar como babá em Curitiba. Dorival simplesmente gosta dos
serviços domésticos e decidiu então unir o útil ao agradável, mudando
sua vida em 2009. No emprego atual, onde está há três meses, realiza
todos os serviços da casa como lavar roupa, limpeza, faz almoço, tudo
que compete a um empregado doméstico.
Acássio Marcondes |
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Dorival José dos Santos trabalha há três anos como empregado doméstico; ele adora a profissão |
“Eu gosto, me sinto bem”, revela. Apesar disso, declara que ainda
sofre preconceito. “As pessoas comentam, outras perguntam”, diz. E
quanto a uma possível competição com as mulheres que exercem a mesma
profissão, Dorival é enfático: “Acho que o homem é bem caprichoso, é
igual à mulher”.
A psicóloga Angelis Martins comenta que essas transformações
aconteceram a partir da mudança da atuação da mulher na sociedade, pois
hoje elas desempenham múltiplas tarefas. “O homem teve que assumir um
novo papel”, fala. Lembra ainda que a divisão de tarefas entre homens e
mulheres se tornou fundamental e que os homens, quando decidem fazer
algo em casa, realizam o sreviço perfeitamente. “Eles tiram de letra”,
diz.
Saúde
Mas apesar de tantos avanços os homens ainda têm preconceito em
aspectos relacionados à saúde. “O homem não assume que está doente para
não admitir um lado frágil”, diz Angelis, que reitera que ao contrário
da mulher, o homem quando se vê fragilizado procura outras formas de
amenizar essa situação. Ao invés de procurar acompanhamento
profissional, acaba buscando em vícios algo que diminua sua angústia ou
tristeza. “Não é da cultura do homem assumir uma doença física ou
mental”, ressalta Angelis.
Essas situações são provenientes da formação cultural, que colocava o
homem como o responsável pela casa e pelo sustento. Essa
responsabilidade faz com que o homem se coloque como forte e assim não
admita fracassos e nem seus medos. Isso se reflete não só em questões
psicológicas, mas também nos casos em que o homem tem um problema
físico.
É o que revela o médico urologista Eufânio Saqueti. Cerca de 70% dos
seus pacientes são homens e muitos, na maioria das vezes, procuram o
médico por questões relacionadas diretamente à próstata, que é a segunda
maior causa de morte entre os homens. Apesar de ser o principal fator
de mortalidade do sexo masculino, quando descoberto em tempo, tem 90% de
chance de cura. Para garantir e detectar qualquer alteração, é
necessário que o homem realize pelo menos uma vez ao ano o exame de
toque e de sangue. “Entre 45 a 65 anos a chance de perder a vida se não
tratar é maior”, conta Saqueti destacando ainda que é nessa faixa
etária que o câncer atua com maior agressividade se não detectado a
tempo.
Mas o urologista ressalta que não são apenas questões ligadas a
próstata que são importantes para a saúde masculina. Ter uma vida sexual
bem definida e saudável também é considerada benéfica para o bem-estar
do homem. Além disso, buscar informações e procurar conhecer e cuidar do
corpo é fundamental.
Saqueti destaca, por exemplo, a andropausa que atinge entre 10% a 20%
dos homens que passam dos 45 anos. É uma espécie de menopausa
masculina, mas diferente das mulheres onde todas passam por isso, nos
homens apenas uma parcela passará por esse processo. “Consiste na falta
de hormônio masculino, que diminui a qualidade de vida”, explica.
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